sexta-feira, 9 de maio de 2008

Marcello Serpa:Governo ameaça propaganda

Por: Guilherme Azevedo (Portal Terra)

O publicitário Marcello Serpa fez, no encerramento da 22ª Semana Internacional da Criação Publicitária, em São Paulo, firme defesa da propaganda brasileiracontra o que chamou de ''ameaças'', entre elas, do poder público.
Falava especificamente das crescentes restrições, por parte do governo, à propaganda."A proibição da propaganda de cerveja é só a ponta do iceberg", disse, para alertar que poderá vir muito mais pela frente.
O de diretor de criação da AlmapBBDO e presidente do CCSP (Clube de Criação de São Pulo) nota hipocrisia no discurso das autoridades:"Nesses anos, eu nunca passei por um teste de bafômetro no Brasil".Mas, no exterior segundo Serpa, já foi parado várias vezes para fazer o teste.Lembrou também de que, lá fora, a restrição à venda de bebidas alcoólicas para menores de idade é pra valer, diferente de no Brasil:"Aqui não tem".
Para o publicitário, anunciar cerveja e até cigarro é um direito legítimo:"Se é permitido vender, é permitido anunciar.Ele ironizou o raciocínio dos que defendem restriçõe,dizendo que , se for levado em frente, também "os [os comerciais] biscoitos vão ser proibidos, porque [os biscoitos] têm gordura trans". Serpa afirmou que, no Brasil, vai se "cerceando a liberdade, como se a pessoa não pudesse saber o que é melhor para ela".
O criativo vê, no desejo de proibir propaganda, motivação político-eleitoral, a fim de fortalecer candidaturas.Citou especificamente o caso da proibição da propaganda de cigarros nos meios de comunicação e em eventos esportivos e culturais, estabelecida, em 2000, pelo ministro da Saúde, José Serra, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso(PSDB).
Serpa acredita que proibir propaganda de produtos, ameace a "indepêndecia da mídia ", pela conseqüente "dependência das verbas estatais ".Sem os milhões de reais dos anunciantes privados, jornais, revistas, rádios, tevês e portais teriam os governos como fianciador primordial de conteúdo.
O publicitário também lançou outro questionamento:"Quem vai definir o custo da mídia no Brasil?"Referiaa-se ao papel das agências de propaganda de comprar os espaços publicitários na mídia, que vê sob ameaça, também."O Brasil é o único país, com exceção do Japão, onde há compra de mídia pelas agências".
Nos outros países, lembrou Serpa, foram surgindo fundos de investimentos que substituíram as agências nessa tarefa, com forte poder de barganhar a achatar valores.Foram esses fundos que começaram, então a definir o custo da veiculação dos anúncios.
Para Serpa, se esse papel de computador for tirado das agências de propaganda no Brasil, elas vão perder relevância e se transformar em meras fornecedoras de comercias de trinta segundos, e não mais de estratégia para os clientes. O publicitário recordou também que cultura nacinal poderá sofrer impacto negativo, com a "dificuldade de criar bom conteúdo, por falta de dinheiro".

5 comentários:

mary disse...

O publicitário Marcello Serpa criticou,com certa razão,as
"ameaças" que o poder público oferece ao setor de Publicidade e Propaganda.
Concordo com algumas de suas citações referentes a hiprocrisia,pois quando o governo passa a interferir na proibição das propagandas,entende-se que haverá também maior fiscalização nas estradas e nos locais onde acontece a venda dos produtos em questão.O que,de fato, não acontece!!!

Xande Assis disse...

Essa matéria é clara no que se refere à defesa da posição que se ocupa. Existem várias variáveis nesse assunto; 1ª Por parte dos Publicitários existe a possibilidade de perder as grandes cifras investidas pelas empresas de bebidas alcoólicas, 2ª Por parte do Governo é clara a dificuldade de manter políticas de combate às drogas, sejam as proibidas ou mesmo as legalizadas. Citei apenas dois exemplos, poderíamos deixar esse assunto render bem mais ainda, mas o meu objetivo maior, nesse comentário, é de deixar registrada a minha crença: O CRESCIMENTO. Isso mesmo, apenas com grandes debates como esses é que alcançaremos o nível acima do que estamos hoje e isso vale para todos os momentos, sempre estaremos em busca do crescimento. As diferenças fazem com que as partes avaliem a si e ao outro, para chegarem a um acordo comum. Resta ao Governo manter-se democrático de fato, além de sê-lo de direito.
Abraços

Alexandre

Flávia Pellegrini disse...

Olá Iêda, qual a sua opinião sobre o assunto? Profª Flávia

Iêda disse...

Concordo com o publicitário Marcello Serpa,pois o governo não tem o direito de proibir a propaganda de cerveja ou cigarro.Ele tem sim,que combater pra valer os problemas liagados a esses produtos,como por exemplo,a violência.
E como Serpa mesmo citou,o governo só está a fim de se fortalecer para as próximas eleições.
O governo tem também que desveicular a idéia de que a publicidade tem a ver com com os problemas sociais de nosso país.

ABRAÇOS
IÊDA

Beth Reis - Pok ta Pok disse...

Gostaria muito de saber onde vamos chegar...
O que a gente mais houve são palavras...promessas...políticos...
Será que vai resultar em somente uma ameaça??
Todos deverão respeitar por igual???
Da minha parte sou a favor do correto!!
Estas citações e polêmicas não são de hoje.
Respeito as regras e leis e assim faço valer com os meus clientes e o meu dia-a-dia.
Considerando-se neste país o"regime democrátrico", como podemos dar a nossa sugestão??
Vai ser ouvida??Cumprida??
LIMITE...REGRAS...LEIS...ÉTICA,deverão ser cumpridas e respeitadas por todos,até políticos.
Então o que fazer???
Ter "atitude" ao invés de só
palavras.
Fazer...agir...criar.
O mundo não vai acabar.
Temos muito que caminhar.
Tem tanta coisa para ser revista neste "BRASIL"...

22/05/08